TOMÁS GARCIA BENÍTEZ também conhecido como Thomaz Garcia Benites e Thomaz Garcia Benitez migrou para o Brasil com sua família aos 65 anos, sendo viúvo na época. Nascido em 06 de março de 1844, em Huercal, Almería, Espanha, seu desembarque foi marcado por uma tragédia, ao falecer na enfermaria da hospedaria em São Paulo logo após a chegada. É possível ter contraído alguma enfermidade durante a viagem marítima de 15 dias, que começou em 13 de maio de 1909 e concluiu-se em 28 de maio de 1909. Thomaz exercia a profissão de jornaleiro e era casado com Ana Martinez Lopez, que faleceu antes de 1895, na Espanha.
TOMÁS GARCÍA MARTINEZ também conhecido como Thomas Garcia Martins e Thomaz Garcia Martinez, nasceu em 10 de abril de 1865, em Santa Maria de Nieva, província de Almería, Espanha. Atuava como jornaleiro, seguindo a profissão de seu pai, durante o período em que residia na Espanha. Ao registrar seu filho Thomaz, ele declarou residir em Santa Maria de Nieva. Thomaz casou-se pela primeira vez com Ana Sánchez Ortega, que também era conhecida pelos nomes Anna Josepha Sanchez Ortega, Anna Josepha Martins e Ana Sánchez Ortega, em 17 de dezembro de 1892, na Igreja de Santa Maria de Nieva1. Ela nasceu em 1º de dezembro de 1871, igualmente em Santa Maria de Nieva, província de Almería, Espanha.
A mãe de Ana acompanhou-a na mudança para o Brasil. Registrada como Beatriz Ortega Parra, ela nasceu em 03 de setembro de 1844, em Huercal, Almería, Espanha. Beatriz era esposa de José Sánchez Sánchez (sim, isso mesmo, ele tem dois sobrenomes iguais). José faleceu na Espanha, antes do ano de 1895. Não encontrei registros disponíveis sobre o falecimento de Beatriz no Brasil.
QUANDO TOMÁS CHEGOU AO BRASIL?
A família aportou em terras brasileiras em 28 de maio de 1909, utilizando o Porto de Santos. Viajaram pelo navio Formoza, que partiu de Huercal, Espanha, rumo a Itapira, São Paulo. A família chegou com ao Brasil, com a intenção de trabalhar nas plantações de café. Itapira é reconhecida como uma das primeiras colônias de imigrantes espanhóis no Brasil, sugerindo que muitos membros da família de Tomás emigraram da Espanha para o Brasil em busca de oportunidades. Os sobrenomes Sanchez, Ortega e Parra, pertencentes à sua linhagem familiar, eram bastante usuais naquela área e figuram entre os nomes na lista de passageiros que desembarcaram no Brasil.
Thomaz Garcia Martinez destacava-se por ser o único alfabetizado, tendo declarado que passou 18 anos em Huercal antes de sua chegada ao Brasil. Segundo os registros da hospedaria, essa foi a primeira experiência da família em território brasileiro.
O casal Tomás e Ana emigrou para o Brasil acompanhado de três filhos, todos nascidos na Espanha:
- Tomás García Sánchez ( maiores informações abaixo ).
- José Garcia Sanchez, que tinha 9 anos ao chegar ao Brasil, nascido em 04 de outubro de 1899, em Huercal, Almería, Espanha.
- Aurélio Garcia Sanchez, que tinha 7 anos ao chegar ao Brasil, nascido em 29 de outubro de 1902, faleceu aos 78 anos, em 23 de novembro de 1980, na cidade de Apucarana, Paraná, vítima de câncer estomacal e peniano. Em 23 de abril de 1931, casou-se com Maria Pinto de Souza em Borda da Mata, Minas Gerais. Do seu casamento, nasceram Tomaz, aos 48 anos (estimativa de nascimento em 1932), Sebastião, aos 41 anos (estimativa de nascimento em 1939) e Tereza, aos 37 anos (estimativa de nascimento em 1943).
Com base na investigação conduzida, identificou-se que a família teve uma longa história de residência em Araraquara, São Paulo, abrangendo também a cidade de Nova Europa. É provável que descendentes e parentes ainda possam ser encontrados nessa região até os dias atuais.
TOMÁS GARCÍA MARTINEZ casou-se pela segunda vez aos 51 anos2. Embora profissionalmente fosse lavrador, no registro de seu falecimento, ele é descrito como fazendeiro. Curiosamente, sua certidão de casamento de inteiro teor menciona que sua primeira esposa faleceu na Espanha, em 13 de julho de 1800, uma data evidentemente incoerente. A certidão apresenta erros de digitação, incluindo uma outra data, que indica o falecimento dela em 05 de outubro de 1906. Sabemos que ela chegou ao Brasil. Isso é corroborado pelos registros que localizamos dela tanto na lista de passageiros do navio, quanto na hospedaria em São Paulo.
Seu segundo enlace ocorreu em 07 de dezembro de 1917, em Pouso Alegre, com Maria Sanchez Ortega, então com 35 anos e solteira, oriunda da mesma província de Almería que Thomaz. Seus pais eram José Sanchez Sanchez e Beatriz Ortega Parra, o que
indica que Thomaz casou-se com a irmã de sua falecida esposa, compartilhando assim os mesmos sogros3.
Segundo informado pelo casal, eles já haviam se casado na igreja, ou seja, o casamento religioso havia sido celebrado cerca de nove anos antes, por volta de 1908. Dessa união nasceram Adriano Garcia Sanches (11 de dezembro de 1910 – 06 de maio de 1973, falecido na cidade Senador José Bento), Anna Josepha (10 de abril de 1913), Beatriz (28 de outubro de 1914) e Bernardino (25 de julho de 1916).
Depois que se casaram no cartório tiveram outras duas filhas: Adelaide Garcia (Adelaide Garcia Costa), falecida em 05 de janeiro de 1999, na cidade de Ouro Fino e Rosa, que era de menor, quando o pai morreu.
Thomaz Garcia Martinez faleceu em 08 de fevereiro de 1939, na Vila de São José de Congonhal, em Pouso Alegre, vítima de uma úlcera estomacal, sendo sepultado no cemitério Padre José Bento, em Pouso Alegre.
TOMÁS GARCÍA SÁNCHEZ igualmente referido como Thomaz Garcia Sanchez, Thomaz Garcia Filho e Tomaz Garcia Filho.
Ele nasceu em 31 de dezembro de 1894, às 17h, em Huercal4, na província de Almería, Espanha. Filho legítimo do casal espanhol, TOMÁS GARCÍA MARTINEZ e ANA SÁNCHEZ ORTEGA. A família modificou seus sobrenomes para versões abrasileiradas após a chegada ao Brasil.
Existem discrepâncias documentais quanto à data de nascimento de Tomaz, oscilando entre 1894, 1895, e 18965.
Tomás casou com Balbina Rosa de Lima, em 31 de dezembro de 1916, as 14h, na cidade de Pouso Alegre6. Balbina nasceu em 21 de agosto de 1898, em São José dos Campos, São Paulo e faleceu em 20 de fevereiro de 1961, aos 62 anos7. Balbina era filha de José Lopes Pedroso e Ana Rosa do Espírito Santo (Ana Rosa Lima). Curiosidade: Tomás casou no dia do seu aniversário com Balbina.
Ele faleceu aos 74 anos8, em 03 de junho de 1970, às 18:40h, no Hospital Acesita, em Timóteo, Minas Gerais.
JOSÉ GARCIA LIMA nasceu por volta de 1924, em São Domingos do Prata, Minas Gerais. Ele era filho do espanhol TOMÁS GARCÍA SÁNCHEZ e da brasileira BALBINA ROSA DE LIMA. José Garcia Lima faleceu em 31 de outubro de 1987, às 08:30, na cidade de Ibirité, Minas Gerais, aos 63 anos, na condição de viúvo de Iracema Pessoa Lima, esta falecida em 20 de novembro de 1982.
José Garcia residia no bairro Lago Azul, em Ibirité. Fisicamente, tinha 1,70 m de altura, era de tez branca e possuía olhos castanhos, embora sua certidão de óbito registrasse cor morena. Seu sepultamento ocorreu no Cemitério do Canal, Fazenda do Rosário, em Ibirité.
José deixou um legado de 9 filhos vivos, de um total de 15, com os demais falecendo em tenra idade: José Pessoa Lima ( falecido em 10 de dezembro de 2019, em Ibirité), Evandro Pessoa Lima, Eci Pessoa Lima, Ivan Pessoa Lima, Maria de Fátima Pessoa Lima (Maria de Fátima Pessoa Lima Carvalho), Maria de Lourdes Pessoa Lima, Tomaz Pessoa Lima, Balbina Pessoa Lima (falecida em 06 e agosto de 2004, em Belo Horizonte) e Geralda Pessoa Lima, sendo esta última irmã gêmeo de Geraldo, que faleceu com apenas 12 dias.
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1 O registro do casamento encontra-se no livro 4, folha 192vto, número 772. Tomás casou-se aos 26 anos de idade e Ana com 21 anos. Testemunhas do casamento: Simón Benítez e José Viudez.
2 Na certidão de seu segundo casamento, registra o ano de seu nascimento como 1866.
3 Encontrei Maria Dolores Sanches Ortega de 25 anos, espanhola, que chegou ao Brasil em 22 de outubro de 1911. Entretanto, não há informações da sua filiação para comprovar se era a segunda esposa de Thomaz.
4 Huércal-Overa é uma cidade e um município da província de Almería, na comunidade autônoma da Andaluzia, Espanha, localizada perto da fronteira com a província de Múrcia.
5 É relevante destacar uma inconsistência documental relacionada à data de nascimento. Na certidão de casamento e igualmente na lápide, é registrado o ano de 1896 como o ano de seu nascimento. Contrariamente, o documento de nascimento na Espanha indica o ano de 1894, com o registro efetuado pelo pai em 07 de janeiro de 1895. Adicionalmente, tanto na certidão de desembarque no Brasil quanto no registro na hospedaria em São Paulo, o ano de nascimento registrado é 1895.
6 O documento menciona que, no momento do casamento, ele tinha 21 anos, enquanto Balbina contava com 17 anos. Ele desempenhava a função de lavrador, e ela atuava como doméstica. A data de nascimento de Balbina é registrada em sua lápide, enquanto sua cidade natal, São José dos Campos, é indicada no seu registro de casamento. Na certidão de casamento de inteiro teor do casal, a data registrada é diferente: 30 de dezembro de 1916, às 14:30, com Rodolpho Paiva e José Garcia Sanchez, filho de Thomaz, como testemunhas.
7 A sua certidão de óbito indica 63 anos.
8 Conforme sua certidão de óbito de inteiro teor.
Polyana de Carvalho Polkinghorne
poly.escritora@gmail.com